Não sei

Não sei o que se passa com meu coração. Sinto-o bater num ritmo diferente. É desesperador e emocionante ao mesmo tempo. 
É incrível como tudo ocorre ao seu tempo, como o tempo é capaz de nos surpreende e de nos pregar peças.
Eu não sei o que esperar disso, nem ao menos sei definir o que estou sentido. Só sei que é bom.
Eu não esperava por isso, na verdade eu não esperava por você.
Vou confessar que estou sentindo muito medo. Um medo descontrolado de sair do meu rumo e daquilo que planejei. Estou com medo de me entregar, estou com medo do que estou sentindo.
Você é capaz de notar o que já causou em mim? Será que vai ser capaz de suprir isso?
Só sei que o tempo para quando estou com você. E não, eu ainda não sei definir o que sinto.

"Quando eu me isolo, é porque minha vontade é que alguém venha atrás de mim e só fique alí, do meu lado."

Não é tão fácil

Por mais confuso que meus sentimentos fossem, sempre estiveram muito evidentes. Por mais lembranças que eu tivesse, nunca me esqueci de nenhum detalhe. Quando algo me agoniava, só um pensamento me acalmava.Não sei mais o que sinto, as lembranças estão sumindo aos poucos, nada mais me faz tão bem simplesmente por existir. Já não me sinto tão só, sorrir não é mais um problema. Ainda assim falta algo aqui, posso dizer que este algo não volta mais, e posso levar para outro sentido, pensando que esse algo ainda vai chegar. É, me entender não é fácil  mas eu nunca disse que seria e também.. talvez ninguém tenha tentado, não o suficiente, como eu fiz muitas vezes por alguém.


"Devagar. Quem mais corre, mais tropeça!" Shakespeare

Desabafo

Eu prometi pra mim mesma nunca mais escrever; Nuca mais deixar transparecer nada daquilo que sinto, mas cheguei á conclusão de que, se eu não me permitir isso eu automaticamente estarei apresando a minha morte.
É como se fosse um grito de alívio, um grito que somente eu sou capaz de ouvir e entender, um grito que não atrapalha e nem chama a atenção de ninguém; Um grito só meu e para mim.

Transcrever aquilo que sinto é uma tarefa árdua, dolorosa demais, mas é algo que aprendi a conviver; Aprendi de tal forma que o ato de não escrever tornou tudo mais difícil de suportar.

As dores de cabeça são constantes e nem mesmo os médicos são capazes de dizer o motivo de tanta dor; Mas eu não preciso que eles me digam, eu sei perfeitamente o porquê, e o porquê se tornou constante.

Neste período muitas coisas mudaram e aconteceram; E como de praxe pessoas que eu me importava tanto, sem mais nem menos me deixaram; Sem se importarem com o que ficava partiram da minha vida e novamente deixaram uma grande lacuna e um enorme ponto de interrogação.

Dizem que Deus não nos da o fardo maior do que possamos suportar, mas chegam certos momentos que eu simplesmente caio, e é nesses momentos que pergunto se ele se esqueceu que não sou tão forte assim e que não agüento pesos demais.

“A feriada ainda esta em aberto”


Somente

A cada momento me surpreendo mais e mais com a vida.
É estranho essa de sensação de não conhecer nada, de se sentir perdida nesse imenso mundo.
A cada segundo busco desesperadamente a resposta para esta questão. Mas estou me acostumando a não ter a resposta.
A necessidade da atenção, do carinho, do afeto e provavelmente do amor não me perturbam mais. E a esperança esperada já não se faz mais presente.
E o tempo corre como se estivesse numa maratona interminável. E é nessa frenesia interminável que o tempo para mim chega, e a velhice está mais perto do que eu imaginava.
E o meu clichê favorito e clássico pode ser encaixado nisso: “Ser ou não ser, eis a questão.”.
E o mecanismo de sobrevivência foi ativado, eis a questão da automação, pois o meu coração é pneumático ou hidráulico?
E eu pularei do andar mais alto em direção ao chão, somente para sentir a adrenalina correndo em minhas veias, para sentir o meu coração pulsar numa batida alucinante. E quando enfim o chão encontrar fecharei os meus olhos e engolirei todas as dores, medos e angustias e os guardei no lugar mais profundo de minha alma







Querer desistir

Difícil é ter que sorrir quando a maior vontade é chorar até que sinta que as lágrimas secarem e não há mais o que derramar. É algo que sufoca, é sentir vontade de ir pra longe daqui, de fugir de toda a dor e dificuldade. Como se prendessem o ar que eu respiro e me arrancassem com atitudes a força que me resta. A mistura do persistir com o desistir que se torna cada vez mais forte em mim, e me faz confundir minhas atitudes. Como dói olhar tudo ao meu redor e ver que nada me completa e nada me basta, nada me deixa completamente feliz. Sofrimento é ter que fechar os olhos e tentar dormir só pra que eu possa sonhar sem que ninguém me impeça de realizar as minhas vontades, é ter que deitar todas as noites sentindo um vazio, mas com o alivio de que mais um dia de sofrimento ta indo embora. São as mesmas perguntas todos os dias, a mesma revolta, que não me deixa em paz. Coisas que me deixam sentir ódio do mundo injusto que vivemos, porque pra uns tudo é tão mais simples, e vivem na base de sorrisos e pra outros é tudo complicado, é dor e angustia. Desejar alguém, desejar um abraço nas horas tristes, um beijo quando me sinto sozinha, querer um carinho e não ter como. E apertar o coração quando eu digo quero um beijo seu e se tem como resposta amor feche os olhos, imaginar, e não sentir. Querer desistir e não conseguir, é tudo tão ruim, é querer controlar um choro que insiste em permanecer comigo. É a vontade de largar tudo e ir sozinha realizar meus objetivos, pensar em acabou, mas em uma fração de segundo os planos passam como um filme na minha cabeça e me impedem de desistir.

Se espatifou

Nada pode ser mais triste que isso. Um sonho quebrado, espatifado no chão. Vermelho sangue. E você tenta olhar pra ele sem dor e pensar que vai ficar bem, mas ele está lá em todos os seus sonos, suas tarefas diárias, no ônibus, nos livros, na comida, na água do chuveiro, está lá… caindo sobre você, encostando em você, cutucando você, espreitando entre seus pensamentos, entre o seu trabalho. Não dá pra fugir. Ele está lá, espatifado na poça de sangue vermelho escarlate. Opaco. E então vêem as lágrimas, e o mais difícil é quando veem e você não pode chorar, pois está em algum lugar público. Um ônibus, o trabalho a faculdade e os amigos. O mais difícil é enfrentar os amigos. Sorrir, quando os músculos do seu rosto não te obedecem e você pensa que a dor no estômago (no peito, nas pernas, nas costas, no couro cabeludo) vai te engolfar e você vai se dobrar pra frente, segurando-se na parede, vendo o chão ficar mais perto, depois escuro e depois silêncio. Difícil segurar lágrimas que insistem em ficar nadando nos seus olhos, prestes a cair, rolar pelo rosto. Inútil olhar pra cima, piscar de leve pra não forçar a descida, pensar em algo bom. Não pode haver nada de bom quando ele está lá, espatifado, puro sangue.Quando você se vê levemente sozinha e a dor parece ainda maior, uma lágrima insistente escorre e você não quer enxugar. Sabe que o movimento de levar a mão ao rosto e secar aquela lágrima, vai trazer muitas outras. Tenta desesperadamente apertar o passo, chegar em casa, subir o elevador (que magicamente está muito mais lento). Tenta abrir a porta sem tremer, querendo desesperadamente entrar, e a chave nunca pode deixar de cair nesse momento. Ela tem que se espatifar fazendo barulho e algum vizinho tem que abrir a porta nesse momento, carregando um saco de lixo pra levar até a lixeira e te flagrar no ápice da dor, sorrindo e fingindo não ver. E você também sorri (ou tenta) e na voz mais abafada que já se ouviu falar, diz oi, engasga nas próprias palavras como dentes quebrados e a gengiva dolorida dá vontade ainda maior de entrar, fugir, ficar sozinha. Pega a chave desesperadamente e entra em fim. Engraçado como se espera tanto estar sozinho e de repente a vontade é de voltar lá fora, por que é tão assustador estar sozinho.E as lágrimas cessaram, nem uma vontade de chorar, só vazio e dor enrijecida  Respirar é difícil. Você se força a andar, ir até algum lugar deixar a bolsa, os pesos. E quando faz o primeiro gesto natural (e rotineiro) parece que o resto fica tão fácil. Suas pernas andam até o quarto, seus braços e mãos tiram a roupa, você se guia até o banheiro, tão natural, tão bem. E o banho é quente, demorado, tranquilo. E você se veste e é nesse momento que tudo volta. Dor, lágrimas, asfixia, morte.Seus membros parecem enrijecer-se tanto que você precisa sentar, deitar, fazer algo. A parede mais perto parece tão convidativa e você se encosta, sentando aos poucos. Ah, o desespero. O desespero, o momento da explosão, o choro convulsivo. Aquele choro que parece vir de dentro da sua alma, de algum lugar que está tão longe de você mesma, algum lugar profundo, dolorido, e vem subindo, fisgando, doendo, ardendo até você soluçar, dobrar-se, sentir os músculos doloridos, os olhos explodindo um rio de lágrimas, até você pensar que vai desidratar e morrer. A dor, impiedosa de desejar uma abraço. Quente, macio, tranquilizador. A dor de precisar das palavras de alguém. A dor terrível de precisar ouvir um “shhhh, vai ficar tudo bem”. Essa voz nunca chega, as palavras nunca te alcançam, os braços jamais circulam seu corpo. E humanamente normal, você se recupera. A respiração volta ao normal, você para de tossir e chorar ao mesmo tempo, e só resta a pior dor de todas, aquela dor vaga. Vazia, fria, congelada. Seu corpo parece oco e sem órgãos, e por minutos sem fim você fica olhando o nada, sua boca seca sem que você a molhe com a ponta da linguá, o rosto inchado fica imóvel e vai perdendo a cor aos poucos. É de se pensar que não suportará mais nada. Mas o ciclo da vida é cruel e você se vê levantando e andando até a cama. Dormindo pesadamente, acordando de manhã pra trabalhar, tropeçando no sonho espatifado, as vezes escorregando no sangue, tendo vontade de chorar de novo e se refazendo. E assim, a vida continua…

Quem nunca

Quem nunca escreveu seu nome junto do de alguém numa folha de caderno? Quem nunca ficou fazendo planos, deitado na cama antes de dormir? Quem nunca leu e releu um histórico de msn e lembrou como se fosse na hora? Quem nunca viu uma foto e pensou como seria se você estivesse lá? Quem nunca precisou ouvir um elogio pra se sentir bem? Quem nunca falou alguma coisa e se arrependeu depois? Quem nunca teve um sonho perfeito e ficou puto de ter acordado? Quem nunca ouviu uma música e lembrou de alguém? Quem nunca olhou pro celular achando que era ele e era sua mãe? Quem nunca ficou bolada por um motivo ridículo e prometeu que não iria mais gostar de quem te fez sofrer, mas foi em vão? Quem nunca se iludiu? Quem nunca teve vontade de sumir e só voltar quando tudo estivesse bem? Quem nunca amou e não foi correspondido? Quem nunca viu um filme de romance e quis ser feliz para sempre? Na vida tudo tem seu tempo certo de acontecer.

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